Nossa História na Umbanda

Desde o ano de 1942 que este Templo funciona tendo como princípios a caridade, o respeito e o amor ao próximo. Criado por Paraguassú e gerido por ele, vem até aos dias atuais, buscando de todas as formas no exercício do bem, manter a sua proposta fraterna.

Tendo, também, como Chefe Máximo, Pedro Kerjan, que hoje, através de sua função na Colônia Espiritual Nosso Lar, orienta-nos a todos os servidores desta bendita Casa de Caridade.

Sob a égide da Umbanda, ditada pelo Mestre Ramatís, esta Mansão do Bem cumpre com a sua missão trazendo paz e alento aos que a procuram constantemente.

Dignificando esta religião, a Umbanda, e sob as orientações do Espiritismo codificado por Allan Kardec, conduz-nos nos caminhos Evangélicos de Jesus Cristo.

Importante ratificar que a Umbanda é uma Religião originalmente forjada no Cosmos, e de origem e implantação brasileiras. Sim! Trata-se de uma religião brasileira.

Em 16 de novembro de 1908, no município de Neves, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, a Umbanda foi introduzida no Brasil pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes sob a guarda e orientações do Caboclo Sete Encruzilhadas. Fundado, então, o primeiro Centro de Umbanda do Brasil em um imóvel situado na Rua Floriano Peixoto, número 30, Neves, Niterói.

Umbanda significa:

Manifestação do Espírito para a Caridade.

Como se deu a fundação desta religião?

No final do ano de 1908, Zélio, um jovem de apenas 17 anos, que se preparava para ingressar na carreira militar da marinha, começou a sofrer estranhos “ataques”, o que levou a sua família a preocupar-se bastante, pois a frequência desses ataques aumentava a cada dia. Durante esses momentos, o rapaz apresentava uma postura física de um velho bem idoso e falava coisas sem sentido, como se fora de outra época no passado remoto. Outras vezes, assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da Natureza.

Preocupados, os seus familiares o levaram a um padre e, depois a um médico o qual constatou que a “loucura” do rapaz não se enquadrava nos anais da medicina. Acreditando que o menino estava endemoniado, foi sugerido que o conduzissem à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro daquele ano, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando lugar à mesa.

Tomado por uma força além de seu domínio e contrariando as normas locais, Zélio levantou-se e, com uma voz diferente da sua disse: “Aqui nesta mesa está faltando uma flor”, olhando para a jarra que lá estava. Saiu, dirigiu-se ao jardim, colheu uma rosa e a depositou na jarra. Após este momento, manifestaram-se através dos médiuns presentes, diversas entidades que se apresentavam como pretos velhos, pais velhos e índios. O que certamente gerou um grande constrangimento.

O Diretor Espiritual indignou-se e, advertindo-o, disse que ali não era lugar para manifestação de espíritos atrasados e determinou que se afastassem do local.

Após este incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: “Por que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?”

Seguiu-se um diálogo acalorado e, os responsáveis pela sessão, procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.

Um médium vidente perguntou: “Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um Jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E, qual o seu nome?”

“Se querem um nome, que seja esse: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas na minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro.”

Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:

“Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que esses irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir a missão que o Plano Espiritual lhes confiou”. E, continuando, disse: “Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados”.

Para finalizar, completou:

“Deus em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do Além?

No dia seguinte, às 20 horas, na residência de Zélio em Niterói, e, com grande número de pessoas presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, fundava a Umbanda no Brasil. Estabeleceu as normas da nova religião e afirmou: “Todos os médiuns deveriam vestir-se de branco e todo e qualquer atendimento, que se realizasse na Umbanda, seria gratuito”.

No ano de 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete Tendas para a propagação da Umbanda, que foram:

·        Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia

·        Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição

·        Tenda Espírita Santa Bárbara

·        Tenda Espírita São Pedro

·        Tenda Espírita Oxalá

·        Tenda Espírita São Jorge

·        Tenda Espírita São Jerônimo

Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 Tendas no Brasil, entre elas a Casa de Tiago, no bairro do Ingá, a qual foi a orientadora e mentora de Dona Maria do Carmo, para que fosse fundada, no ano de 1942, a Tenda Nossa Senhora do Carmo, hoje, carinhosamente chamada de Casa Senhora do Carmo.

Zélio Fernandino de Moraes, dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao Plano Espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida.

Caros amigos, aqui deixamos registrado o nosso compromisso em dar continuidade ao que Zélio implantou e Dona Maria do Carmo, Paraguassú e Pedro Kerjan nos legaram sob a bandeira da Falange do Astral Superior de nome Nossa Senhora do Carmo que é a caridade e o amor ao próximo, divulgando os dogmas Evangélicos de Jesus Cristo.

Sejam bem-vindos e, recebam dessa Casa de Umbanda, todas as bençãos de nossa padroeira, Nossa Senhora do Carmo!